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quinta-feira, 23 de julho de 2020

A ESPADA E A BAINHA, Luiz Junior

"Nunca notou como vocês da Terra se parecem com robozinhos? Estão sempre fazendo as mesmas coisas que resultam nas mesmas coisas e mesmo assim vocês estão sempre repetindo  e repetindo e repetindo. A alegria - que é uma característica da vida! - a alegria entre vocês não existe mais. E como se fosse algo proibido! Brincar, se divertir. Rir uns da cara dos outros..."

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Editora: Djinn | Páginas: 170 | Ano: 2020 | 1ª Edição | Fantasia e Aventura | eBook | Nacional

A Espada e A Bainha é o mais novo livro da Editora Djinn, e é uma inovação bastante interessante para os que, assim como eu, são fãs de aventura. Se trata de um livro interativo e os caminhos que tomar poderão mudar completamente a sua experiência com a leitura. Pegue um dado e vamos explorar Aventurândia ao lado de Marquinhos

   O livro narra a história de Marquinhos, um menino brasileiro de 13 anos com pais separados e que vive com a rígida avó materna enquanto sua mãe estuda no exterior. Marquinhos se mostra, desde o início, infeliz com a vida que leva, imerso em uma rotina de regras e sucos de beterraba, sendo cobrado dia a dia para ter as notas perfeitas, isso sem contar as atividades extracurriculares! Mas Marquinhos não reclama muito, sabe que é assim que as coisas são e, apesar de não gostar muito, segue realizando as mesmas tarefas dia a dia, sonhando com o dia em que visitará o pai e terá liberdade para ser jovem e aproveitar para brincar e ser jovem como não pode ser na casa da avó Vera.
  Marquinhos entra na jornada do autoconhecimento quando aparece em seu quarto um ser muito incomum, uma pequenina árvore de nome Lorde Cascudão e o apresenta à Aventurândia e ao seu destino de salvar essa terra tão mágica que vem sendo assolada pelo vilão Trevoso (isso mesmo, Trevoso), que vê um grande potencial lucrativo naquele paraíso de criaturas fantásticas. É aí que nos deparamos com a sua verdadeira busca: encontrar a Espada de Cristal e salvar a Princesa Lua para juntos enfrentarem o grande vilão. 


"- Lá na trilha... você me chamou de menino, e não de Príncipe, por quê?
Jades encarou Marquinhos, com olhos sombrios, antes de responder.
- Porque você é.
(...)
- Porque será que as pessoas me chamam de Príncipe Sol?
- Porque você será!" 

- A Espada e a Bainha é um adorável convite à experiência -


   O curioso sobre esse livro é que, em determinado momento, você é convidado a permitir que o destino decida pelos próximos passos do nosso protagonista. Nossa primeira ação interativa acontece nos capítulos iniciais de Aventurândia e te direciona a uma escolha que o personagem faz e essas escolhas mudam completamente a sua experiência com a leitura, já que os personagens envolvidos apresentam características muito diferentes, as quais somos convidados constantemente a refletir sobre. 
   Desde o início do livro o autor nos confronta com reflexões, ao final dos capítulos, que giram em torno dos nossos objetivos e do que fazemos e podemos fazer para alcançá-los. Confesso que, de início, não gostei muito dessas questões e me pareciam completamente desconectadas da narrativa, mas em determinado momento elas pareceram fazer completo sentido e posso dizer que levei uns tapas na cara (haha).

"Marquinhos abaixou a cabeça e , por um instante, ficou triste. Ele via na televisão as reportagens sobre a devastação da amazônia e sobre a poluição dos mares, sobre o aquecimento global... mas aquilo tudo parecia tão distante, tão longe da realidade dele, que ele nunca tinha prestado atenção. Mas, agora, ali... na frente dele!"

   É um livro curto, então tive a oportunidade de explorar as outras oportunidades que o livro deixa disponível. Posso dizer que as opções que seguimos nos dão uma visão completamente diferente da narrativa, e também sobre nós mesmos. Por diversas vezes me senti confrontada por questões pessoais minhas a partir da escrita de Luiz Junior e que me levaram a repensar muitas certezas que eu já tinha. A maior conclusão que eu poderia tirar é de que, não importa o final da jornada, é quem te acompanha no caminho que transforma a aventura e nos transforma. Não posso dizer que A Espada e A Bainha seja qualquer coisa menos do que um adorável convite à experiência e com essa experiência, tornamos o livro parte de nós, tanto quanto nós nos tornamos parte dele. Entretanto, não poderia deixar de dizer que senti falta de certo aprofundamento na história. Achei que, no livro, tudo foi concluído muito rápido e não há um desenvolvimento dos personagens secundários. Ainda assim, é uma leitura fluida e curta, extremamente agradável de acompanhar. 

Minha reflexão para Luiz Junior é: Todos os caminhos que trilhamos, todas as escolhas que fazemos, nos trazem exatamente para o hoje. Não adianta olhar para trás e pensar nas possibilidades perdidas, que poderiam ter nos levado exatamente para o mesmo lugar em que chegamos, mas podemos utilizar os aprendizados de hoje para construir um amanhã melhor, tomando as rédeas das nossas vidas, nos responsabilizando pelas decisões que precisamos tomar e buscando, constantemente, escolher os caminhos que nos levem para aquilo que o nosso coração realmente deseja, afinal, a aprendizagem, o crescimento acontece no caminho e não na conquista.


Imagem com fundo escuro em que há três dados posicionados lado a lado de maneira desalinhada onde se lê na parte de cima "Lance os dados, faça sua história" e na parte de baixo "A Espada e a Bainha (em breve)"
Imagem de divulgação por Luiz Junior/Instagram 

Sinopse Oficial: "Marquinhos terá uma difícil jornada pela frente. Eleito o herói que salvará a terra fantástica de Aventurândia, ele enfrentará um terrível inimigo que fará de tudo para o impedir de atingir seus objetivos. Nesta saga com seres mitológicos, fadas, gnomos, dragões e feiticeiros, você é o guia! 
Totalmente escrito a partir da ótica da Psicologia Analítica, este livro é um livro de aconselhamento para as coisas que você passa pelo dia a dia. Sempre que precisar, separe um tempo para você, pegue seu dado, lápis e papel e comece a leitura. A cada momento que for solicitado, jogue o dado, vá para o capítulo, leia e reflita sobre o que aprendeu e o que pode ser aplicado ao seu momento.
Use A Espada e a Bainha como um conselheiro para todos os seus momentos. São 576 histórias possíveis nestas curtas páginas, com resultados diferentes."

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Sobre o Autor: "Luiz Junior é formado em Design de Produtos pela Universidade Mackenzie e em Geografia pela USP, com extensão em Arqueologia pela PUC/SP e pós-graduação em Mitologia, Contos de Fadas e Psicologia Analítica pela UNIP. É astrólogo desde 2010 e autor desde 2012. Atualmente dá palestras sobre astrologia, esoterismo e mitologia nos principais eventos da área, como a Mystic Fair e a Convenção das Bruxas de Paranapiacaba. Escreve regularmente para diversas mídias, como o Jornal Cotia Agora." (Segundo o site Clube de Autores, acessado em julho de 2020). 

"As histórias são ferramentas que questionam e fazem pensar sobre nossos temas pessoais e humanos. Uma história bem contada contém elementos míticos e arquetípicos que despertam nossas histórias pessoais. Ler ativa nossas memórias mais antigas, fornecendo respostas às nossas inquietações." 
(Luiz Junior) 
Sobre a Editora: Fundada em 2018 por Leandro Zapata, a Editora Djinn nasceu para cobrir dois buracos gigantescos no mercado editorial brasileiro. A Djinn nasceu para ser uma editora de verdade. 
As grandes editoras nacionais não publicam livros de autores nacionais – ou pelo menos, são extremamente raros, caso você não seja Paulo Coelho, André Vianco ou algum YouTuber. Enquanto as editoras pequenas são apenas uma capa para o serviço de uma gráfica, já que elas não fazem o serviço de uma editora; muitas até nem leem os livros que publicam, simplesmente mandam para o revisor, fazem a diagramação e capa, imprimem e pronto. Livro publicado. 
  
   A Djinn está longe disso. 
  
   ​O Nosso primeiro diferencial é justamente oferecer o serviço de um editor, que batizamos de Apoio Editorial. Todos os nossos autores, pagos ou contratados, terão suas publicações lidas do começo ao fim; então, o editor irá apontar as forças e fraquezas dos livros editados, para que o livro tenha esteja em sua melhor forma na hora de publicar, evitando também, em casos de sagas, contradições. 
   O segundo maior buraco que a Djinn busca cobrir é a divulgação e venda dos livros. Com um plano de divulgação pré-montado e com novas ideias vindas do próprio autor, cada livro terá uma campanha de divulgação de 7 semanas, com banner, book-trailer e outros métodos. Além de um mês de pré-venda, que antecede a publicação. 
  
   E por fim, a editora visa pontualidade. Nada de publicar um livro em Junho e só receber em Outubro. Como estamos sempre fazendo tudo adiantado, no dia marcado para o lançamento, o autor já estará com o livro em mãos. 
  
   O último diferencial da Editora Djinn está na liberdade que damos ao autor de escolher. Com exceção do serviço de Revisão, todos os autores – exceto os contratados – poderão optar pelos serviços que serão aplicados em seus livros. Se o autor quer fazer a própria capa ou terceirizar o serviço porque encontrou mais barato, sem problema; se ele mesmo quer fazer sua diagramação, ok. Contudo, apenas com aprovação da editora; caso não esteja de acordo com nosso padrão de qualidade, não aceitaremos o que o autor fizer. 



quarta-feira, 24 de junho de 2020

CONTOS E LENDAS DA ESCURIDÃO, Claudio Magalhães

Da autoria de Claudio Magalhães, Contos e Lendas da Escuridão é um livro de contos obscuros que será lançado, em breve, pela Editora Djinn. Tive o prazer e a oportunidade de realizar essa leitura e devo dizer: fiquei bastante surpresa.


Editora: Djinn | Páginas: 194 | Ano: 2020 | 1ª Edição | Sobrenatural; Terror | eBook

Sinopse Oficial: Contos e Lendas da Escuridão passeia numa atmosfera neutra de nossas mentes. Coloca o terror como carro chefe de situações paranoicas que o ser humano consegue reverter a seu favor.
A magia que nos encanta desde criança cria uma expectativa fora da realidade ao depararmos com o medo. Ela expande no espaço entre céus, estrelas caem em nossos mundos, onde o sobrenatural carrega uma carga negativa nas palavras que se infiltram em nossas mentes. Desde o desespero de estar sozinho num cemitério à paranoia traumática de um caso de amor rompido.
As sensações que cada lugar nos faz sentir é retratado por um ser que está em todas as horas e em todos os lugares.

    Particularmente, eu não sou uma pessoa que costuma ler livros de terror. De modo geral, eu sempre me conecto tanto com a história que estou lendo, que acabo ficando muito tensa com livros que abordam esse tipo de tema. Além do mais, sempre me arrependo, às duas da manhã, de ter consumindo conteúdos com capacidade de me tirar o sono. Dito isso, essa é a única explicação para eu ter demorado a finalizar essa leitura, já que a escrita do Claudio conduz a leitura de maneira muito fluida. O livro traz 24 contos e todos eles conseguem ser muito diferentes uns dos outros. São eles:

O Amor de Suzane

O Herdeiro

Um Enterro

A Possessão de Teodora

O Espelho

O Mistério das Cinco Luzes

A Maldição Vodu

Um Nome para Sua Alma

As Noites do Desespero

Uma Velha Senhora

O Conde Vai Voltar

Sentinela da Noite de Vidro

O Vazio 

O Ritual

Ninguém

O Trem

Os Sonhos de Liz

Os Olhos de CATu

A Fotografia

A Janela do Silêncio

O Cavalo

Visões de um Chamado

Os Lobos Cadáveres

Do Lado de fora

O que mais me surpreendeu e agradou sobre o livro é que os contos não são simplesmente contos assustadores que te pegam de surpresa. É bem mais do que isso. O autor traz algo de perturbador nas entrelinhas, elevando as histórias a um nível além de um livro de terror que dá sustos no leitor. Me peguei pensando em várias histórias depois de finalizar a leitura e é impressionante que eu tenha conseguido me envolver tanto com alguns personagens. Acredito que se deva, principalmente, à escrita de Magalhães que consegue aproximar o leitor da narrativa, como se os acontecimentos pudessem ter se desenrolado em qualquer lugar pelas redondezas de nossas casas. Tem um ar que se relaciona às histórias assustadoras que contávamos no portão de casa durante a infância, em noites quentes de verão.
Não vou me propor a falar sobre cada conto individualmente porque são muitos e o post ficaria imenso, mas gostaria de destacar dois que mais me deixaram intrigada:

O Amor de Suzane: é um conto sobre as consequências de um pacto com o demônio que devastaram um vilarejo, levando muitas vidas. Nesse cenário, surge uma mulher, misteriosa e que atrai a atenção dos moradores. Logo descobrimos que ela está envolvida em magia negra e que a sua relação com o vilarejo é mais profunda do que se poderia imaginar. 
Esse conto me deixou bastante impressionada pela ousadia do autor em trazer temas bastante polêmicos como relações sexuais entre parentes e sacrifício. Muitas coisas nessa história foram perturbadoras para mim, mas não conseguia parar de ler, pois o autor estruturou a narrativa de uma maneira que os segredos eram revelados em momentos chave e a curiosidade era enorme. 

Um Enterro: esse conto me deixou mais triste do que assustada. Conta a história de um menino que fora sacrificado em um ritual de magia negra e agora vagava por um cemitério com medo do seu destino. Ele tem um tipo de amizade estranha com o vigia do cemitério, que tenta todos os dias lhe contar uma história, sendo sempre impedido pelo garoto. Por fim, descobrimos que essa história era uma chave muito importante para o pequeno encontrar a sua paz. 

Contos e Lendas da Escuridão foi uma experiência completamente diferente do que eu esperava. Fico muito feliz de ter tido a oportunidade dessa leitura proporcionada pela Editora Djinn, caso contrário, eu nunca teria tido contato com a escrita de Claudio Magalhães, a qual me agradou bastante e quebrou vários tabus que eu tinha sobre esse gênero literário.