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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

TEQUILA VERMELHA, Rick Riordan

"Eu voltara para casa havia apenas dois dias e já conseguira bagunçar meu frágil relacionamento com Lillian, irritara minha mãe, traumatizara meu gato e fizera pelo menos três novos inimigos."


   Eu AMO o Rick Riordan. Qualquer um que me conhece sabe. Sei que muita gente tem lá suas críticas ao autor e eu entendo, mas não muda o meu amor. 

   De modo geral, eu não me apego muito em autores. Leio as obras e sigo em frente para o próximo. Não posso negar que o meu amor por Riordan se deve, principalmente, ao fato de que ele foi o autor que me fez pisar no acelerador da minha formação como leitora, é um sentimento nostálgico e eu leria qualquer coisa que ele publicasse. 

 Nessa vibe, me deparei com Tequila Vermelha. Eu já sabia que existiam algumas publicações do autor além das sagas, explorando um universo completamente diferente, mas ainda não tinha tido a oportunidade de ler. Eis que chegou a quarentena, não é mesmo?

   Depois de ler uma resenha extremamente simpática sobre esse livro, decidi que estava na hora de dar uma chance para Tres Navarra e, também, para a literatura policial (que não costuma estar entre minhas leituras). Posso dizer que foi uma forma muito divertida de começar e que o Riordanverso acaba de se expandir para mim. 


Editora: Record | Páginas: 414 | Ano: 1997 (2011 no Brasil) | 1ª Edição | Suspense Policial | eBook 

   Tequila Vermelha conta a história de Jackson Navarra (o terceiro de seu nome), um detetive particular que acaba de retornar para a cidade de San Antonio, após passar 10 anos afastado. Tres, como ele é chamado, não tem ilusões de ser bem recebido pela cidade da qual praticamente fugiu após presenciar o assassinato do seu pai, caso que nunca foi solucionado pela polícia local e nem mesmo pelo FBI. Os primeiros momentos do livro já nos apresentam a um personagem decidido e confiante que usa o Tai Chi para expulsar o antigo inquilino de seu apartamento e, assim, começamos a desvendar a personalidade de Tres, o que é interessante, pois muitas vezes fui surpreendida por seus diálogos que beiravam ao deboche (talvez ele não tenha muito senso de autopreservação). 

   Logo descobrimos que Tres voltou para cidade por causa de Líllian, sua antiga namorada com quem retomou contato e está a poucos passos de retomar o relacionamento. As coisas parecem estar funcionando razoavelmente, complicadas apenas por fantasmas do passado, até que tudo fica mais difícil quando Líllian é sequestrada e, mesmo que todos os alertas vermelhos gritem para que Tres vá embora e não se envolva, ele segue investigando o seu desaparecimento e não demora a fazer conexões com a morte de seu pai, a máfia e pessoas poderosas do Texas. 

  Tudo começa a fugir um pouco do controle e, mesmo recorrendo a todos os meios que tinha disponível, Tres se envolve em uma encrenca atrás da outra, chegando a ir preso. É então que somos apresentados à Maia Lee, uma advogada que ele havia conhecido em São Francisco e com quem tem muita história. Maia é essencial no desenvolvimento da história e sua personalidade abrilhanta demais a narrativa de Riordan.
  
   Tequila Vermelha é um livro muito divertido e envolvente. Preciso dizer que demorei um pouco a engrenar na leitura. Senti que a história patinava um pouco, deixando alguns elementos muito perdidos. Acredito que isso se deva a ser o início de sua carreira de escritor. Um pouco antes da metade do livro, comecei a ficar envolvida de verdade e agradeci aos deuses por ter insistido. O personagem é bastante irônico e a narração em primeira pessoa nos presenteia com vários pensamentos engraçados dele. O suspense policial não é um gênero que faça o meu estilo, mas achei interessante a construção do mistério em que cada informação encontrada gera outros suspeitos e outras dúvidas à respeito do assassinato do pai de Tres e ao sequestro de Líllian.

   Leitura Super recomendada!!! E pra quem gostar, tem mais 6 volumes que narram histórias do detetive (infelizmente, só lançado até o 2 no Brasil. Alô Editorial Record!).

     E aí, já leu?
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

As Grandes Sagas e a Conquista de Novos Leitores

O Fenômeno de Arrebatamento Literário em tempos de Internet

      Se você tem entre 12 e 25 anos, é muito provável que já tenha ouvido alguém dizer que é Potterhead ou Semideus. É ainda mais provável que você já tenha dito isso ou algo semelhante. Entre 2011 e 2015 era muito comum encontrar jovens compartilhando suas leituras em seus perfis na internet. Era rotina ver adolescentes com suas edições de Harry Potter (J.K Rowling) e Percy Jackson (Rick Riordan) pelos cantos das escolas ou no transporte público. É considerável que as Grandes Sagas tem um atrativo, nem sempre bem explicado, mas que se pode sentir. Compreendo esse envolvimento como uma sensação de pertencimento, a qual eu costumo chamar de Arrebatamento Literário.

Trecho de edição Ilustrada de "Harry Potter e a Pedra Filosofal"
      Não seria pretensioso dizer que Harry Potter abriu as portas para a Literatura a essa geração, muitas vezes chamada, pelos leitores, de Geração Harry Potter. J.K Rowling construiu um universo tão imensamente mágico que é fácil encontrar pessoas que leram a saga toda em uma semana, imergindo completamente em seu mundo fantástico. Não é diferente no que se refere a Percy Jackson, saga que embarcou na fórmula utilizada por Rowling e ganhou proporções gigantescas conforme os lançamentos de novos volumes.
Livro "Percy Jackson e os Arquivos do Semideus"
A grande diferença entre as duas sagas pode ser observada em seu sucesso no cinema. Harry Potter conquistou público no cinema quase tanto quanto na literatura e esse público logo migrou para os livros. Esse imenso sucesso fez com que, em determinado momento, a autora chegasse a alcançar o posto de segundo livro mais lido no mundo, ficando atrás, apenas, da Bíblia. Já a saga de Riordan, causou uma imensa decepção nos fãs, que não encontraram nos filmes produzidos a mesma conexão que tiveram com os livros - resultado de produções tão infiéis aos livros que muitos se recusam a enxergar como uma adaptação. Apesar disso, Percy Jackson continua crescendo, expandindo sua saga inicial para outros títulos.

      O formato de série literária logo ganhou outros autores e temas e a popularidade foi tão crescente que houve um resgate de séries antigas desconhecidas pelas novas gerações. Não demorou para presenciarmos o surgimento de Jogos Vorazes, Crepúsculo, A Seleção e muitos outros que conquistaram seu público. A grande divulgação na internet tornou perceptível que os jovens se interessam por esse tipo de leitura e em certo momento, passava a sensação de que todos estávamos lendo as mesmas coisas e é disso que se trata o Arrebatamento Literário: Não só estávamos lendo os mesmos livros e assistindo os mesmos filmes, também formamos grupos para debater e teorizar em torno dessas obras. Logo estávamos tão conectados que saímos das páginas e das telas para tornar o contato real. Quantos registros de capturas à bandeira e encontros de bruxos podemos encontrar em uma rápida busca no Google? Esse vínculo e conexão só foi possível pela imersão combinada de leitura, internet e encontros. 


"- Vai ser muito diferente no próximo verão - disse eu. - Quíron espera que tenhamos o dobro de campistas.
- É - concordou Grover -, mas este continuará sendo o lugar de sempre."  


Percy Jackson e O Último Olimpiano