segunda-feira, 25 de setembro de 2023
A VIDA INVISÍVEL DE ADDIE LARUE, V.E. Schwab
Pedagoga, escritora amadora, desenhista curiosa, metida à cozinheira.
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022
GENTE ANSIOSA, Fredrik Backman
Pedagoga, escritora amadora, desenhista curiosa, metida à cozinheira.
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segunda-feira, 17 de maio de 2021
Minha experiência com Acotar
Quando comecei no Bookstagram, Acotar
era a série do momento. Era difícil rolar os stories sem ver gente falando
sobre o quanto amavam os livros e o quanto a escrita de Sarah J. Maas era sensacional.
Algumas poucas páginas foram suficientes para me convencer de que Sarah realmente
tem uma escrita com um toque de feitiçaria, que prende o leitor e impulsiona na
obsessão de descobrir o novo universo que se estende bem à frente em um emaranhado
de palavras. Porém, após ler os três livros que, originalmente, compõem a
história de Prythian, cheguei à conclusão de que para dizer que gosto da
trilogia, preciso fingir que o primeiro livro não existe.

Classifiquei A Corte de Espinhos e Rosas com duas estrelas e meia. Achei boa parte do livro muito morna e a relação de Feyre com Tamlim muito artificial. Considerando que esse primeiro volume gira em torno disso, a leitura poderia ter sido arrastada, não fosse a escrita da Sarah me impulsionando a querer descobrir mais sobre pequenas informações escondidas dentro do drama do casal. Para mim, a vilã foi desperdiçada. Todo o medo que criam em torno dela culmina em uma personagem caricata e pouco crível, que por vezes tem falas que soam bobas. Admito que senti vergonha alheia de algumas frases da tão temida Amarantha.
Preciso, é claro, falar de Rhysand. É muito
inacreditável como o personagem que aparece no primeiro livro é completamente
oposto ao que surge em Corte de Névoa e Fúria. A sensação que eu tenho é que,
de fato, é outro personagem. Enquanto senti nojo do primeiro Rhys e de todos os
abusos que ele pratica com Feyre - sob a justificativa de proteger o povo dele e
a ela mesma -, o que se mostra no segundo volume é o verdadeiro sonho da maioria
das leitoras. O desenvolvimento do personagem é impressionante e por vezes soa
perfeito demais, com ideais à prova de erros e com um altruísmo que me fez
questionar muito sobre seus reais motivos que, por fim, não tinham uma segunda
camada. Fiquei um pouco incomodada com a maneira que se desconstrói a imagem
que criamos de Tamlim no primeiro livro. O próprio também parece ser
substituído por outro personagem, cheio de uma soberba e um orgulho desagradável
que eu honestamente não havia notado antes.
A grande ameaça da sequência deveria ser
o Rei de Hybern, porém, só sinto essa ameaça se solidificar no terceiro, uma
vez que é o fantasma de Amarantha que segue sendo o grande terror a assombrar
os protagonistas. Inclusive, esse pavor que sentem da vilã derrotada e das
coisas que ela fez me soou muito mais interessante do que sua performance Sob a
Montanha. Feyre mergulha em um processo depressivo que foi muito bem trabalhado
pela autora sem precisar dar nomes ao que ela estava passando.
Chegamos a Corte de Asas e Ruína e, finalmente, vislumbramos a guerra de fato. Apesar de haver ação nos livros anteriores, principalmente em Corte de Névoa e Fúria, todos os acontecimentos encaminham a narrativa para este momento. Temos os acréscimos de Elain e Nestha à narrativa após serem jogadas no caldeirão, resultado da traição de Tamlim. A segunda ganha um espaço enorme nos acontecimentos. Elain, entretanto, fica meio apagadinha e o dom que ela demonstra, no início, acaba se perdendo do meio para o final. (Se alguém conseguiu entender a relevância de estabelecer laço de parceria entre ela e Lucien, me explique, porque me pareceu ser só uma maneira de justificar que ele deixasse a corte primaveril.) Muitas criaturas e personagens diversos também vão sendo acrescentados ao longo das 1.778 páginas. Fiquei intrigada sobre Amren, O entalhador de ossos, Bryaxis e, principalemente, A tecelã. Sarah tem, de fato, um talento para a construção mitológica a compor o mundo que cria.
Não vou estender os detalhes sobre a
história, acho que cada um precisa ver por si. Pessoalmente, foi uma leitura
empolgante, apesar dos pontos que considerei críticos. Achei que a autora dá
uma forçada para que as coisas deem certo e não aguento mais ver personagens
serem ressuscitados, mas, de modo geral, foi divertido (desde que eu ignore a
existência do livro I).
Pedagoga, escritora amadora, desenhista curiosa, metida à cozinheira.
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